Fazenda vê inflação menos sensível a solavancos cambiais e riscos externos
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta sexta-feira (13) que “o balanço de riscos do cenário externo se tornaram menos adversos que antes” devido à redução das incertezas em torno das políticas monetárias dos Estados Unidos e de outras economias avançadas.
No entanto, ele também destacou que “ao mesmo tempo que essa certeza cresceu, também ganharam importância algumas dúvidas quanto ao nível de atividade, tanto nos EUA, mas em particular na China”.
Mello também apontou sinais de desaceleração da demanda chinesa, mas afirmou que a expectativa é de que a economia do país asiático continue crescendo perto da meta de 5%.
“Hoje, a expectativa oficial é de um crescimento de 4,8%, mas é necessário aguardar para ver o impacto das medidas adotadas pelo governo da China”, disse.
Os comentários foram feitos em coletiva de imprensa para comentar a revisão da previsão da Fazenda para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que saiu de 2,5% para um crescimento de 3,2% em 2024.
Na ocasião, a subsecretária de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Raquel Nadal, também comentou que a inflação doméstica tem se mostrado menos sensível a choques cambiais.
“O repasse cambial aos preços parece agora não ser estatisticamente significativo após um trimestre de depreciação, como era anteriormente”, afirmou.
Segundo ela, nos últimos tempos, esse repasse se tornou “significativo” apenas após cerca de dois trimestres de depreciação cambial. De acordo com o levantamento da Fazenda, o real teve um desempenho ligeiramente melhor em comparação com seus pares desde agosto.
Nadal ainda frisou que a combinação entre cortes de juros nos Estados Unidos e aumento da Selic no Brasil deve beneficiar o real e a inflação.